segunda-feira, 26 de março de 2012

Desvendando os signos da Matriz

O bairro da matriz e suas manifestações semióticas O bairro da Matriz, marco do início da formação da cidade de Jacobina, é caracterizado por signos que apresentam indícios das origens, dos costumes, preferências e hábitos do seu povo. Esse bairro tem uma relevante quantidade de construções em estilo colonial, ostentado em casarões, conventos e, principalmente, pela igreja do Santo Antônio, uma das primeiras edificações da cidade de Jacobina, nos primórdios do século XVII. A construção desse bairro demonstra características do urbanismo colonial, cujo fator determinante é a implantação de igrejas e conventos, frequentemente acompanhadas pela construção de praças e odres, utilizados como malha de acesso aos edifícios religiosos. Como resquício das Missões Jesuíticas e do processo de catequização, grande parte dos moradores é católica praticante, o que fica notório pelo movimento de fiéis na igreja, no intuito de realizarem orações, com gestos de devoção e reverência. As pessoas falam em baixo tom e demonstram a solidariedade e o respeito umas para com as outras. Pelas ruas não se nota a presença de pedintes, nem a destruição do patrimônio público, e a relação amistosa entre os moradores é perceptível. As pessoas da terceira idade andam pelas praças, conversam com os amigos e fazem suas caminhadas sem demonstrarem nenhum receio de serem acometidas por atos de violência. A crença no poder que alguns objetos exercem sobre as “forças do bem e do mal” é evidente entre os moradores, uma vez que se percebe muitos baluartes nos poucos interiores observados, a exemplo de crucifixos e plantas. Nesse bairro não se ouve sons fortes, o transito é calmo e as ruas são bem sinalizadas, além de muito limpas. É um espaço arborizado e florido, com plantas bem cuidadas tanto pelos moradores quanto pelo serviço público municipal. As cores das facheadas são em tons pastel, transmitindo ao ambiente aspectos de profissionalismo, receptividade, segurança, conforto, autoridade, elegância, senso histórico e sentimento de tradicionalismo. Apesar de haver um esgotamento sanitário a céu aberto, os odores são agradáveis, o ar é puro e não se encontra poluição sonora, visual ou do ambiente. O Bairro da Matriz é um espaço residencial, porém apresenta algumas atividades econômicas, sendo a prestação de serviço predominante em relação às comerciais. Aqui há muitos consultórios, salões de beleza, escritórios etc. Os poucos centros de comercialização demonstram a preferência por um método mais primitivo: produtos in natura, cadernetas de anotações dos “fiados”, objetos rústicos adotados como instrumento de medida de capacidade e de massa etc. Por aqui não se observa muitas presenças de “estrangeiros”, com exceção de algumas pessoas que buscam serviços médicos em um centro municipal de apoio à saúde. À luz da Semiótica foi possível realizar uma (re)leitura de espaços já conhecidos, porém não analisados a partir dos elementos que os constituem. A Semiologia nos fornece embasamentos imprescindíveis para uma série de reflexões acerca da linguagem, não apenas do ponto de vista da língua, mas de todo um sistema de signos que a compõe. Através do recurso iconográfico da fotografia, nossa equipe conseguiu perceber algumas ideologias e sistemas de valores latentes no bairro da Matriz, pois esse recurso capta mensagens não só cognitivas, mas também emotivas compreendidas através de códigos, cuja leitura possibilita a análise de ações humanas determinadas pelos aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos. Esperamos que nosso trabalho possa contribuir para a formação dos leitores e apreciadores deste blog permitindo um (re)olhar do que já foi visto, atentando para os signos que estão em volta e para a gama de informações que esta leitura pode fornecer. Boa leitura!

Fotografia 15: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 14: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 13: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 12: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 11: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 10: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012



Fotografia 9: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 8: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 7: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 6: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 5: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 4: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 3: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 2: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.



Fotografia 1: Cecília Bastos - Jacobina, março de 2012.

Grupo 5: O Bairro da Matriz

Componentes:

Cecília Bastos
Margarida Cunha
Maria de Lourdes Almeida
Maria José Mendes
Maria Lúcia
Valdelice Silva

A 5 de agosto de 1720, El Rei Dom João V autorizou a criação da Vila de Santo Antonio de Jacobina que a partir da construção da Paróquia, transformou-se em moradia de colonos e garimpos com seus respectivos serviços e instalações. Surgindo assim, a matriz da cidade e Jacobina.

1 : Igreja de Santo Antônio, localizada na Praça Castro Alves, no centro do Bairro da Matriz. Essa construção apresenta características da arquitetura barroca representada através do excesso de motivos ornamentais, com predominância de elementos escultóricos; coroamento com sanefas e falsos cortinados com anjos; revestimento com policromia em branco e dourado.

2: Altar-Mor na Igreja

3: Estudantes aproveitam o espaço da praça para momento de descontração.

4: Comércio de leite in natura, contrastando com a variedade de produtos industrializados disponíveis no mercado.

5: A grande quantidade de placas indica que o bairro é bem sinalizado.

6 e 7: A fachada colonial das casas do bairro demonstra as características da arquitetura da época em que foram construídas.

8: A única pichação observada foi a estrela de Davi na lateral da Igreja católica.

9: idoso na sacada de uma casa estilo colonial.

10 e 11 : É perceptível a predominância da população idosa pelas ruas do bairro.

12: É notório a presença do estrangeirismo no comércio do bairro.

13 e 14: Comércio e prestação de serviços do bairro.

15: Espírito de solidariedade demonstrado na atitude da jovem auxiliando a senhora a atravessar a rua.

2 comentários:

  1. Ao grupo 05.
    Boa apresentação e descrição das fotografias. Faltou o texto de análise da cidade à luz da semiótica, conforme o roteiro dado.
    Retomar o trabalho e postar o texto.
    Abs.

    Ana Lúcia

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  2. Ressalto que vocês na apresentação oral demonstraram a análise semiótica e descrição do bairro, mas não fizeram isso no trabalho escrito.
    Para deixar o trabalho completo, elaborem o texto e postem assim que puderem.
    Abs.
    Ana Lúcia

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