terça-feira, 27 de março de 2012

O bairro da Matriz, marco do início da formação da cidade de Jacobina, é caracterizado por signos que apresentam indícios das origens, dos costumes, preferências e hábitos do seu povo. Esse bairro tem uma relevante quantidade de construções em estilo colonial, ostentado em casarões, conventos e, principalmente, pela igreja do Santo Antônio, uma das primeiras edificações da cidade de Jacobina, nos primórdios do século XVII. A construção desse bairro demonstra características do urbanismo colonial, cujo fator determinante é a implantação de igrejas e conventos, frequentemente acompanhadas pela construção de praças e odres, utilizados como malha de acesso aos edifícios religiosos. Como resquício das Missões Jesuíticas e do processo de catequização, grande parte dos moradores é católica praticante, o que fica notório pelo movimento de fiéis na igreja, no intuito de realizarem orações, com gestos de devoção e reverência. As pessoas falam em baixo tom e demonstram a solidariedade e o respeito umas para com as outras. Pelas ruas não se nota a presença de pedintes, nem a destruição do patrimônio público, e a relação amistosa entre os moradores é perceptível. As pessoas da terceira idade andam pelas praças, conversam com os amigos e fazem suas caminhadas sem demonstrarem nenhum receio de serem acometidas por atos de violência. A crença no poder que alguns objetos exercem sobre as “forças do bem e do mal” é evidente entre os moradores, uma vez que se percebe muitos baluartes nos poucos interiores observados, a exemplo de crucifixos e plantas. Nesse bairro não se ouve sons fortes, o transito é calmo e as ruas são bem sinalizadas, além de muito limpas. É um espaço arborizado e florido, com plantas bem cuidadas tanto pelos moradores quanto pelo serviço público municipal. As cores das facheadas são em tons pastel, transmitindo ao ambiente aspectos de profissionalismo, receptividade, segurança, conforto, autoridade, elegância, senso histórico e sentimento de tradicionalismo. Apesar de haver um esgotamento sanitário a céu aberto, os odores são agradáveis, o ar é puro e não se encontra poluição sonora, visual ou do ambiente. O Bairro da Matriz é um espaço residencial, porém apresenta algumas atividades econômicas, sendo a prestação de serviço predominante em relação às comerciais. Aqui há muitos consultórios, salões de beleza, escritórios etc. Os poucos centros de comercialização demonstram a preferência por um método mais primitivo: produtos in natura, cadernetas de anotações dos “fiados”, objetos rústicos adotados como instrumento de medida de capacidade e de massa etc. Por aqui não se observa muitas presenças de “estrangeiros”, com exceção de algumas pessoas que buscam serviços médicos em um centro municipal de apoio à saúde. À luz da Semiótica foi possível realizar uma (re)leitura de espaços já conhecidos, porém não analisados a partir dos elementos que os constituem. A Semiologia nos fornece embasamentos imprescindíveis para uma série de reflexões acerca da linguagem, não apenas do ponto de vista da língua, mas de todo um sistema de signos que a compõe. Através do recurso iconográfico da fotografia, nossa equipe conseguiu perceber algumas ideologias e sistemas de valores latentes no bairro da Matriz, pois esse recurso capta mensagens não só cognitivas, mas também emotivas compreendidas através de códigos, cuja leitura possibilita a análise de ações humanas determinadas pelos aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos. Esperamos que nosso trabalho possa contribuir para a formação dos leitores e apreciadores deste blog permitindo um (re)olhar do que já foi visto, atentando para os signos que estão em volta e para a gama de informações que esta leitura pode fornecer. Boa leitura!

Um comentário:

  1. Olá alunos e alunas, do grupo da Matriz,
    Muito interessante e significativo o trabalho após o texto, Vou postar o texto junto com as foto, certo?
    Abs.
    Ana Lúcia

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